Modos terapêuticos de acompanhar alguém fora do consultório: a arte do encontro.
Em um movimento de fora para dentro, depois de muitas experiências com o Acompanhamento terapêutico (at), habitar o consultório tornou-se uma questão para mim. O medo do espaço fechado e protegido pode parecer engraçado, pois o que costumamos ouvir dos colegas psicólogos é o contrário disso. Normalmente, os perigos da rua ao habitar espaços públicos, a ameaça à neutralidade do terapeuta, a questão do sigilo e outros fantasmas assombram os movimentos que andam na contramão da tradição. Os pensamentos que experimento com esse dilema geográfico vêm apontando para alguns caminhos teóricos, principalmente para a necessidade de criar conceitos novos que deem suporte a uma clínica experimental levada à sua radicalidade. O espaço da psicoterapia inicia com um encontro singular e ninguém sabe onde vai chegar.
Ricardo André Cecchin - psicólogo e acompanhante terapêutico. Fez residência em Saúde mental coletiva e mestrado em Psicologia social e institucional na UFRGS. Trabalha com psicoterapia no consultório e fora dele.